PROJETO: O QUE CABE E O QUE NÃO CABE NA MOCHILA?
Um grupo de crianças
muito curiosas, cheias de vontade de descobrir coisas novas. Estas crianças
passavam os dias inventando e reinventando seus brinquedos, um jeitinho novo de
usar as cores das tintas, uma forma diferente para desenhar suas observações, e
a descoberta do mundo de letras dos livros, das histórias e das músicas.
Tudo começou com um
livro que tinha o título A MOCHILA DA CAMILA, da autora Gladis M. Ferrao
Barcellos, que conta a história de uma menina que ganhou uma mochila da sua
avó, e, nesta personagem a Camila colocava tudo o que cabia e o que não cabia
na mochila. Bem, lemos a história e agora? Para qual personagem elas nos
remetia, a “Menina Camila”, será? Achamos
que não! Foi então que achamos que uma mochila poderia se tornar um ótimo
dispositivo para a imaginação das crianças. Mas, como fazer com que ela se
tornasse aventureira? Faríamos uma mochila para turma?
A partir de tantos
questionamentos e reflexões, resolvemos confeccionar uma mochila para a turma
do Nível 6, mas, como trazê-la para sala de aula? Foi então, que em nosso
planejamento, visto que era a época da Páscoa, definimos que o coelho iria
deixar um presente (seria o livro A MOCHILA DA CAMILA, junto com uma carta)
dentro do ninho de diferentes ovos, pois estávamos estudando os diferentes
animais que põem ovos e os diferentes tamanhos dos mesmos. Escrever esta
primeira carta, nos remeteu a um momento de muitas reflexões, pois queríamos
que as crianças com a mesma pudessem entrar num mundo novo, com muita
imaginação.
Primeira carta
que recebemos, junto com o presente, que era o livro, onde tudo começou a
desencadear...
Meus amiguinhos!
Tenho uma amiga
chamada Camila e gostaria de contar a história dela para vocês, ela mandou este
livro, mas eu também tinha um presente e acabei entregando no endereço errado,
mas em breve vocês terão uma grande surpresa.
Abraços do coelho da
páscoa.
Quando as crianças
receberam esta carta, viu-se que estávamos aguçando a imaginação das crianças
de uma maneira muito especial, pois logo queriam saber qual seria o presente
que o coelho entregou errado, isto podia se notar nos desenhos que fizeram
sobre o que imaginavam que seria o tal presente, como pode se perceber nas
imagens abaixo: A imaginação correu a mil, pois
imaginaram que o presente era: um caminhão, uma boneca, borboleta, flores e
alguns acertaram sem saberem que era uma MOCHILA. Foi um momento de muita magia
e encantamentos..
Então depois de
tantas hipóteses, no dia que se seguiu, num certo momento da manhã, mais
específico, na hora da rodinha, a secretária da escola nos trouxe um pacote que
ela havia recebido do carteiro, foi um dos momentos mais marcantes e mágicos
para nós professores e principalmente para as crianças, pois as crianças nem
imaginavam o que poderia ter no pacote e quem o havia mandado.
Depois de ganhar um
presente tão maravilhoso, também havia a festa do Dia das Mães, como envolver a
nossa MOCHILA? A partir daqui a nossa Mochila foi se constituindo como
personagem, se tornando um verdadeiro dispositivo da imaginação. Foi quando conhecemos o livro “A VACA QUE
BOTOU UM OVO”. A partir desta história resolvemos que iríamos criar um teatro
maluco. E para isso, precisávamos que as crianças criassem o texto para o
mesmo, mas como fazer isso?
Recebemos uma cartinha misteriosa de uma menininha que passou pela nossa
escola um dia desses com a mãe e visitou as salas, ela descobriu o nosso
projeto e nos mandou o livro, O BICHO QUE EU TIVE, da autora Sylvia Orthof. Após
a leitura de umas das histórias contidas no livro, conversamos sobre como será
que o pai da menina conseguiu a rã, ou será que o pai encomendou com a cegonha,
foi então que falamos que as cegonhas ajudam os bichos a adotar filhotes quando
não podem ter seus.
A partir deste diálogo que sugerimos que criássemos juntos uma história
maluca, onde a cegonha troca todos os filhotes sem querer, as crianças adoraram
e citaram vários bichos diferentes. A partir da história que as crianças
criaram, nós professores nos reunimos e transformamos a mesma num teatro, que
foi sendo ensaiado durante alguns dias, onde distribuímos os papéis do mesmo
entre as crianças, e, foram nestes momentos em que percebíamos o entusiasmo das
crianças e a vontade de participar, foram muito legais estes ensaios, pois
todas as crianças participaram com muito orgulho e muita concentração, porque
queriam fazer bonito para os pais que estariam assistindo.
PRIMEIRO TEATRO
O CASO DA MOCHILA E
DA CEGONHA MALUCA
Era uma vez uma
cidade onde os animais não podiam ter seus filhotes, eles dependiam da Dona
Cegonha que entregava os seus filhotes para as famílias de bichos.
Mas certo dia a Dona
cegonha foi para uma tal Festa no Céu e dançou de mias com o urubu. No outro
dia quando foi trabalhar, além de cansada estava tontinha, tontinha
E foi aí que começou
a confusão. Ela andava por aí com sua mochila cheia de filhotes e começou a
entregar os filhotes para as famílias trocadas.
O primeiro filhote
que resolveu entregar foi um ovo, porque tinha medo de que ele fosse quebrar, e
o entregou para a família da Vaca Mimosa que quando acordou já estava chocando
o ovo, a vaca ficou apavorada, mas quando o pintinho nasceu e falou “MUUUUUU”,
ela se derreteu toda e nem se importou que fosse um animal com asas.
A Cegonha ainda muito
atrapalhada entregou o restante dos filhotes trocados, o filhote de elefante
foi entregue para a família dos cachorros que já tinha uma ninhada, os
cachorrinhos ficaram espantados, pois não sabiam o que era rabo e o que era
tromba, mas adoraram se enrolar nas orelhas do elefantinho.
A família dos coelhos
que estava esperando uma ninhada se assustou ao receber um terneirinho todo
malhadinho, mas pularam de felicidade quando viram como ele era bonitinho.
E para o espanto da
galinha, que já não chocava nenhum ovo há dias, ganhou uma ninhada de
coelhinhos.
A tartaruga que é tão
lentinha acabou ganhando um bicho carpinteiro que a deixou doidinha, doidinha.
Os três porquinhos
que agora moravam juntos na casa de tijolos, receberam um bebê lobo para
cuidar, mas ele não era mau, era todo fofinho e peludo.
O Canteiro dos
girassóis, que esperavam suas sementinhas, recebeu um beija-flor para beijar
suas folhinhas e a Girafa que andava muito solitária acabou ganhando um
girassol bem vistoso, e de tão contente que estava saiu cantando.
NÓS SOMOS UMA FAMÍLIA
DIFERENTE, MAS QUE DÁ MUITO CARINHO PARA OS SEUS FILHOTES.
ENTÃO DEPOIS DE TANTAS TROCAS, O QUE SERÁ QUE ACONTECEU?
Aconteceu o que as crianças não esperavam, a
Mochila desapareceu. Foi um grande dilema, quem será que pegou ela e por quê?
Foram muitas as hipóteses levantadas pelas crianças, mas a que prevaleceu foi
que a Cegonha pegou a nossa Mochila, mas como ela fez isso, se a Mochila estava
lá no salão onde aconteceu a festa das mães, pois ela havia participado do
teatro?
Imaginando junto com as crianças, decidimos
então estudar tudo sobre as Cegonhas, nós professores tivemos que estudar e
pesquisar muito, pois sempre buscamos ensinar o correto nunca informações
falsas. A partir destes estudos, queríamos ver se descobríamos se realmente
havia sido a Cegonha que pegou a nossa Mochila, o desejo de estudar as mesma,
veio a partir de hipótese que as crianças levantavam, pois elas tinham a
certeza que tinha sido a cegonha, então precisávamos conhecer tudo sobre as
cegonhas, seus hábitos, foi durante estes estudos que as crianças sugeriram que
gostariam de fazer um desenho da nossa escola e do desejo de ter a nossa
Mochila de volta, para colocar estes no telhado da escola, foi então que descobrimos
que as Cegonhas gostam de fazer os seus ninhos em telhados e chaminés. As
crianças voaram na sua imaginação e tinham a convicção de que a cegonha viria
buscar os desenhos, e, não é que mesmo eles desapareceram! Os desenhos foram
postos no telhado, pelas crianças e professores, então no final do dia nós
professores tirávamos os mesmo do telhado, para simular que a Cegonha veio
buscar realmente os desenhos.
Só que agora pairava no ar aquela inquietação,
a cegonha passou na escola ou quem pegou os desenhos? Foi então, que numa bela
manhã quando voltávamos do refeitório, nos deparamos com a nossa Mochila
pendurada nas árvores da escola. Quando já estávamos na sala, todos sentados
na rodinha, com os olhinhos brilhando de excitação e curiosidade para ver o que
havia dentro da Mochila, descobrimos que tinha uma cartinha dizendo assim:
Olá criançada!
Aconteceu que a dona
cegonha sumiu com a mochila e eu fiquei muito bravo com ela que trocou o meu
filhote, por isso, resolvi pegar a mochila para tentar encontrar o meu lobinho,
mas estava com tanta pressa para assustar a chapeuzinho vermelho perdida no
bosque, que sai correndo levando a mochila junto. e não é que depois de tanta
confusão, o capuz da chapeuzinho vermelho acabou caindo dentro da mochila?”
Lobo mau.
E junto com a
cartinha também veio o livro da história da Chapeuzinho Vermelho. E não vão
acreditar, a capa dela também!
Depois desta
malandragem do lobo, as turmas do nível 6 tiveram uma ideia muito legal, fazer
uma capa amarela para a Chapeuzinho Vermelho que ficou sem a sua capa, pois
conheceram a história da Chapeuzinho Amarelo, do autor Chico Buarque. Fizeram a
capa e junto com ela queriam enviar uma carta.
ESTUDANDO OS LOBOS...
Inicia-se aqui uma nova etapa do nosso
projeto, tendo a sequência nos estudos anteriores. Como conhecemos a história
da Chapeuzinho Vermelho e da Chapeuzinho Amarelo e em ambas aparecia o
personagem lobo e também porque o Lobo é que tinha pego a nossa Mochila, bom,
depois de ouvir histórias de lobo mau e lobo bom a turma do nível 6 foi
conhecer os lobos de verdade que vivem na floresta, como o Lobo Guará, e os
lobos que vivem em lugares frios, onde cai neve, como o Lobo Cinzento e o Lobo
das Montanhas. Gostaram tanto de conhecer aventuras de lobos que construíram
com suas famílias lindos lobos com material reciclado e cada um veio com a sua
história de lobo, que a criança criou com a sua família.
No meio de tantas histórias
maravilhosas, desaparece novamente a nossa Mochila e no lugar ficou uma carta
do Lobo Mau.
Olá Criançada!
Peguei algo de vocês emprestado, sabem o que é?
Pois é, foi a mochila de vocês. é que eu queria ir numa festa e precisava
de uma mochila legal, mas não tinha, então, me lembrei da mochila da turma, que
é muito fantástica e ainda mais aventureira. por isso, a peguei na sala de
vocês e no lugar deixei esta cartinha. Como sei que são muito curiosos para
saber a festa que eu vou, deixarei algumas pistas para que descubram que festa
que irei.
Bom, a festa é muito animada, tem muita música alegre, ela tem enfeites
coloridos de bandeirinhas por toda a parte, as pessoas que vão nesta festa usam
roupas com remendos e bem coloridas também. como sou comilão, adoro a festa que
vou, porque tem algo que adoro comer que eles vendem lá, que é a puxa-puxa e o
pinhão.
Quero ver se vocês descubram a festa que vou, pois se descobrirem façam
um lido desenho da festa com todos os detalhes que puderem, pois ela é uma
festa animada e bem colorida.
Abraços do Lobo Mau.
Esta carta proporcionou às professoras criarem um novo teatro bem maluco
e criativo, tivemos a idéia de um novo teatro, a partir do envolvimento das
crianças no teatro do dia das mães, a participação das crianças foi igualmente
intenso como no primeiro. O mesmo foi apresentado na Festa Junina da escola
para as outras turmas da mesma. Confira ele abaixo:
A FESTA JUNINA DOS
CONTOS DE FADA.
CRIANÇADA DO NÍVEL 6,
RESOLVI QUERIA IR À FESTA JUNINA, MAS NÃO TINHA NENHUMA MOCHILA PARA LEVAR
MINHAS COISAS, ENTÃO PEGUEI EMPRESTADO A MOCHILA DO NÍVEL 6 E ME FUI PRO
ARRAIÁ.
CHEGANDO LÁ, A
CONFUSÃO ERA GRANDE, UM MONTE DE BANDEIRINHAS PENDURADAS, O SACI-PERERE PULAVA
FOGUEIRA, A BELA ADORMECIDA TOMANDO QUENTÃO, A MULA SEM CABEÇA COMENDO
PUXA-PUXA E A BRUXA PERDIDA PROCURANDO UM PAR PARA DANÇAR A QUADRILHA NO
CASAMENTO CAIPIRA.
E NÃO É QUE SOBROU
PRA MIM? A BRUXA SAIU ME PUXANDO E SE PAROU NA
FRENTE DO PADRE PARA REZAR A MISSA DO CASAMENTO. O PADRE ERA O PRINCIPE
ENCANTADO E DE TÃO APAIXONADO, COMEÇOU A RECITAR POEMAS CAIPIRAS.
HOCHENTE MINHA GENTE,
SE APROXEGUEM QUE O CASÓRIO VAI COMEÇA. O NOIVO, ESTE LOBO TÃO MÁ DE BONZINHO,
E ESTA BRUXA TÃO LINDA DE FEIA, QUEREM JUNTÁ OS TRAPOS E OS PÊLO.
OS PAIS DA NOIVA, SEU
PORQUINHO BONIFÁCIO QUE PERDEU A CASA DE PALHA POR CAUSA DO SEU GENRO QUE
ESTAVA COM ATAQUE DE ESPIRO, E, SUA EXELENTÍSSIMA MUIÉ, ISPOSA FIONA QUE
ABANDONOU O SHEREK.
POIS É, SINHORZINHO
LOBO CABRA MACHO, SE ACEITA ESSA BRUXA COM PERNA TORTA E OUTRA SECA PRA SE CASÁ
E TÊ FIOTES COM OCÊ?
TEM REMÉDIO? SE NÃO
TEM REMÉDIO PODE SÊ!!!
SENHORITA BRUXA, OCÊ
ACEITA ESTE LOBO QUE GOSTA MUITO DE PORCO, PRA VIVÊ COM OCÊ?
AI, EU ACEITO SO!
ARGUÉM TEM ARGO
CONTRA ESSE CASÓRIO? FALE AGORA OU SE CALE PARA SEMPRE.
ENTÃO NÃO É QUE O
SHEREK CHEGOU ACOMPANHADO DO DESTEMÍVEL GATO DE BOTAS PARA SALVAR A FIONA? DEU
UMA BAGUNÇA E EU APROVEITEI PRA SAIR FUGINDO DESTA LOUCURA TODA, POIS LOBO CASA
COM LOBA E NÃO COM BRUXA MÁ.
E FOI ISSO O QUE
ACONTECEU LÁ NO ARRAIÁ, QUER DIZER, NA FESTA DE SÃO JOÃO QUE FUI. OBRIGADA POR
EMPRESTAREM A MOCHILA, DA PRÓXIMA VEZ VOU PEDIR EMPRESTADO PARA VOCÊS.
ABRAÇOS DO LOBO!
ENTÃO APARECE UMA CARTA CHEIA DE CORAÇÕES, UMA CARTA
APAIXONADA, ADIVINHEM DE QUEM ERA!
ERA DA BRUXA!
A idéia desta carta
veio a partir do teatro da Festa Junina, onde a bruxa quis casar com o Lobo.
Queríamos que um novo personagem entrasse em nossa sala e para isso fizemos uma
brincadeira com as crianças, deixamos a carta da Bruxa junto com uma vassoura,
foi um momento muito fascinante, pois, as crianças acreditaram que a Bruxa
tinha passado na nossa escola. Então como a Bruxa pediu para que enviássemos a
carta para o lobo, decidimos (professores e crianças) colocar a mesma dentro da
Mochila e pendurá-la numa árvore da escola, foi o que fizemos. E alguém pegou
ela...
OLÁ CRIANÇADA!
DEIXEI UMA CARTA PARA O LOBO MAU, PARA QUE VOCÊS ENTREGUEM A ELE, POIS
NÃO CONSIGO O ENCONTRAR, POR FAVOR, GOSTO TANTO DELE, VOCÊS ME AJUDAM A
DESCOBRIR ONDE ELE ESTÁ? EU SEI QUE NA FLORESTA ELE NÃO ESTÁ MAIS, SE MUDOU
PARA OUTRO LUGAR.
MEU QUERIDO E MARAVILHOSO LOBINHO ESTOU LHE
PROCURANDO DESDE A FESTA JUNINA. MAS É TÃO DIFICIL TE ACHAR, PORQUE VOCÊ FOGE
DE MIM, NÃO AGUENTO MAIS DE TANTA SOLIDÃO.
ONDE VOCÊ ESTÁ?
BEIJOS E ABRAÇOS APAIXONADOS DA SUA ADMIRADORA
SECRETA.
A mochila aparece e
reaparece sempre com uma novidade, ela desaparece de uma forma inusitada, e
quando reaparece é mais inusitado ainda, pois as crianças descobrem quem pegou
através de cartas assinadas.
O QUE VOCÊS IMAGINAM QUE ACONTECEU COM A NOSSA MOCHILA?
Para a nossa surpresa, adivinhem quem foi! Recebemos outra cartinha, desta vez cheia de surpresas...
Olá criançada!
Como sou muito
curiosa e travessa, resolvi que queria viajar para rever os meus amigos, pois,
fiquei sabendo que coisas estranhas estão acontecendo com eles, por isso, usei
o meu pó de pirlmpinpin e acabei chegando na escola de vocês. Sabem o que eu
encontrei? que me deixou muito curiosa?
E isso mesmo, a
mochila que estava pendurada na árvore, a abri e nem acreditei, veja só o que
achei, uma carta apaixonada da bruxa para o lobo, gostei tanto da mochila que
resolvi levá-la comigo para o sítio do pica pau amarelo, e, a carta vocês
querem saber o que fiz com ela? muito simples, mandei pelo pombo correio, como
ele voa por toda a parte, ele deve achar o lobo. Fiquei com a mochila de vocês,
pois como fiquei sabendo que ela é aventureira como eu sou, quero fazer uma
pergunta:
- Posso ficar um
tempo com a mochila de vocês para que eu e ela possamos nos aventurar juntas,
prometo mantê-los informadissimos de tudo o que vamos fazer e descobrir, iremos
compartilhar tudo. por favor, deixe, eu a devolvo assim que terminar as nossas
aventuranças!
imagine você agora em
um sítio, longe da poluição e da correria das cidades grandes. lá, você vai
ouvir as fabulosas histórias de dona benta, uma velhinha simpática, e brincar
com seus netos, pedrinho e narizinho. não se assuste se uma boneca de pano
passar correndo e gritando ao seu lado: é só eu, a emília, fazendo mais uma de
minhas travessuras. nesse sítio, tudo é possível: os animais falam e tem até o
visconde de sabugosa, um sabugo de milho que é cientista!
E aí, conseguiu
imaginar?
Então espero que
façam um lindo desenho de como imaginam que é o sítio do pica pau amarelo onde
moro. pois, espero que se aventurem comigo e a mochila, que é de vocês, eu so
peguei um pouquinhno emprestada.
A, mandei um pouco do
meu pó de pirlimpipim, como prova que estive aí hoje.
Beijos e abraços da menina travessa, que sou eu emília.
Até breve,mandarei a vocês tudo o que iremos descobrir.
A Mochila Aventureira
passou por muitas aventuras diferentes e como relatamos: “Essa turminha já
viveu muitas aventuras, mas ainda vai conhecer muitos personagens diferentes e
muitas histórias ainda vão surgir de dentro da Mochila”. E foi o que aconteceu...
Muitas histórias malucas conhecemos, muitos personagens conheceram a Mochila,
muitos lugares a Mochila visitou e, além
disso tudo, as crianças e suas famílias puderam ter o privilégio de fazer
parte desta aventura bem de pertinho,
recebendo a visita da mochila e uma grande amiga da turma “A Cuca”.
Chegando o Dia dos
Pais, mandamos uma entrevista para os papais responderem juntamente com os seus
filhos, esta foi sobre as profissões e sobre o que o pai gosta (músicas, comida
preferida...), pois o tema da Festa do dia dos Pais era sobre as Profissões. A
Emília muito esperta ficou sabendo destas entrevistas, e com o seu pó de
pirlimpimpim foi até as salas e as leu. Após realizar a leitura, como é muito
travessa, escreveu e enviou uma carta com a história muito maluca para a
apresentação do Dia dos Pais. Este teatro foi igualmente emocionante como os
outros dois anteriores, só que neste foi um pouco diferente, para completar a peça
de teatro, cada criança vestiu-se com a roupa de trabalho do seu pai, e desfilou
ao som da música que o pai mais gosta segundo as respostas dos pais a
entrevista que enviamos para casa. Percebemos um brilho intenso nos olhos dos
pais, pois seu filho desfilou com ao som da sua musica favorita e, para as
crianças foi igualmente especial.
TEATRO NÚMERO 3:
A AVENTURA MALUCA DA
EMÍLIA!
EMÍLIA UMA BONECA
MUITO CURIOSA PEDIU AOS SEUS AMIGOS DO NÍVEL 6A E NÍVEL 6B QUE CONTASSEM EM
CARTA O QUE SEUS PAPAIS TRABALHAM E FICOU ENCANTADA COM AS DIVERSAS PROFISSÕES.
PARA PODER
COMPARTILHAR COM SEUS AMIGOS DOS CONTOS DE FADA, CONVIDOU TODOS PARA UMA RODA
DE CONVERSA NO SÍTIO DO PICA PAU AMARELO. CHEGANDO LÁ TODOS COMERAM BOLINHOS DE
CHUVA E TOMARAM CHÁ FEITOS PELA TIA NASTÁCIA.
COMO SEMPRE ESSA
BONECA TÃO AGITADA, DE TANTA ALEGRIA EM RECEBÊ-LOS, SEM QUERER TROPEÇOU NOS PÉS
DA DONA BENTA E ESPALHOU POR TODA SALA O PÓ DE PIRLIMPIMPIM. O PÓ CAIU SOBRE
TODOS OS SEUS AMIGOS E A BAGUNÇA ENTÃO COMEÇOU!
OS SEUS AMIGOS O
LENHADOR, 3 PORQUINHOS, FERA, 7 ANÕES, SHREK, GATO DE BOTAS, PRÍNCIPE
ENCANTADO, VISCONDE, TIO BARNABÉ, SACI PERERE, GIGANTE, JOÃO DO PÉ DE FEIJÃO,
PINÓQUIO, PETER PAN, COM O ENCANTAMENTO DO PÓ QUE A EMÍLIA ESPALHOU, MUDARAM DE
PROFISSÕES E PASSARAM A SER MOTORISTA, COMERCIANTE, MECÂNICO, POLICIAL MILITAR,
PECUARISTA, SEGURANÇA, FUNCIONÁRIO PÚBLICO, INDUSTRIÁRIO, CALÇADISTA, AUXILIAR
DE ESCRITÓRIO , AGRICULTOR, AUXILIAR DE CARGA, PEDREIRO, SERVENTE, TORNERO,
BOMBEIRO E PARA COMEMORAR ESSAS PROFISSÕES TÃO DIGNAS DE RESPEITO DESEJAMOS A
TODOS OS PAIS UM FELIZ DIA DOS PAIS!
E VAMOS A FESTA!
Depois de tantas
festas e teatros malucos acontece algo novamente.
A Mochila sumiu de
novo... E agora? Quem pegou?
Nesta
ida e vinda da nossa Mochila, muitos personagens a conheceram, como o Saci
Pererê, que nos ajudou a estudar o Folclore Brasileiro e a Cuca, esta nos deu
muito “trabalho”, pois não vão acreditar, ela conheceu um casal Gaúcho e nos
mandou muitas informações sobre o Rio Grande do Sul, na Semana Farroupilha. E
neste intercambio de informações, aconteceu algo inacreditável, maravilhoso e
mágico, a CUCA visitou a nossa escola, esta visita nos fez refletir sobre os
nossos sentimentos, o medo foi um deles, durante todos os contatos que tivemos
com a Cuca é que fomos perdendo o medo e fazendo com que nos encantássemos mais
com ela.
Neste jogo de vai e
volta, é que percebemos como estava sendo maravilhoso este contato com os
personagens, pois ficou nítido que as crianças estavam tendo um grande desafio
para diferenciar o real do imaginário, as crianças tinham a convicção de que a
Cuca que estava na parede(a Cuca de papel participou do teatro do Dia dos pais,
como fazendo parte do cenário do teatro, então, nós professores tivemos a ideia
de mandar a mesma para a escola. Como? Mandamos uma cartinha assinada pelo Saci
Pererê, dizendo que ele não agüentava mais as confusões da Cuca no Sítio, então
ele usou o pó de pirlimpimpim da Emília e transformou ela em papel e ainda
alerta as crianças para não tocarem a mesma senão ela iria se transformar), é a de
verdade, mas aquela que apareceu na escola, deixou algumas crianças com a pulga
atrás da orelha, alguns tinham certeza que era um professor que se vestiu e
outros que realmente a Cuca tinha vindo na nossa escola.
Promover trabalhos
para diferenciar o real do imaginário é algo fantástico, se percebe que algumas
crianças sabem diferenciar as duas coisas, mas continuam se encantando do mesmo
jeito. É necessário ressaltar que, tanto no ambiente escolar como no familiar a
criança convive com histórias irreais e fantasiosas com frequência, como contos
de fadas ou desenhos animados, por exemplo, que estimulam o pensamento mágico e
a imaginação. Nesta fase, ela está construindo seu senso de realidade, sua
forma de ver e compreender o mundo que ainda é muito diferente dos adultos. É comum que personagens irreais ou situações
imaginárias tornem-se parte do diálogo infantil em situações cotidianas,
tomando formas, às vezes, distorcidas, ou seja, pensamentos mágicos misturados
com elementos da realidade. Podemos perceber muito bem isso com as nossas
crianças, pois a partir dos seis anos que, essas criações fantasiosas tendem a
diminuir, pois a visão de mundo e realidade já começa a estruturar-se de forma
que a criança desenvolve maior habilidade para compreender o que se passa de
forma concreta e real no ambiente.
Por isso, contar
histórias e desenvolver o nosso projeto deixa bem claro que pode parecer um
fato sem importância do ponto de vista de muitos adultos, mas é uma atividade
de grande valor educativo, pois através dos contos a criança constrói o mundo
das idéias abstratas e vivem experiências que enriquecem seu conhecimento real,
estimulando sua imaginação com elementos da fantasia. Para que isso tudo se
torne realidade nós professores corremos riscos como: risco de mais trabalho,
risco de formulações no planejamento e principalmente risco de sair do fio
condutor da situação e ainda risco de sair do óbvio e o maior de todos os
riscos de conseguir estudantes mais questionadores e mais apaixonados pela
literatura e donos de sua capacidade de fantasiar e imaginar.
Nesta história de
inda e vindas é que envolvemos as famílias em mais uma tarefa, construírem um
personagem do Sítio do Pica Pau Amarelo da sua escolha, e, vieram muitas obras
de arte, todos se empenharam o máximo para realizar a construção com muito
esmero e capricho.
Depois de tantos
acontecimentos e aprendizagens, recebemos uma nova carta, antes desta recebemos
outras dando dicas para esta, junto com uma nova, grande e fascinante aventura,
esta foi deixada no chão da sala, e foi um momento mágico, porque fazia dias
que a Emília e a Mochila não se
comunicavam conosco.
OLÁ CRIANÇADA!
COMO VOCÊS ESTÃO? EU
ESTOU MUITO BEM E CHEIA DE NOVIDADES PARA CONTAR! SEI QUE VOCÊS ESTÃO MUITO
CURIOSOS EM SABER PARA ONDE EU FUI VIAJAR E QUEM EU LEVEI JUNTO NESTA
INESQUECIVEL E ENCANTADORA VIAGEM.
BOM... ENTÃO IREI
COMEÇAR...
O LUGAR ENCANTADOR
QUE ESTOU CONHECENDO E QUE É UM ESTADO DOS ESTADOS UNIDOS SE CHAMA ALASCA. É UM
LUGAR MUITO INTERESSANTE E LINDO. MANDO MUITAS INFORMAÇÕES SOBRE O ESTADO DO
ALASCA E MUITAS FOTOS TAMBÉM.
A PESSOA QUE LEVEI
JUNTO COMIGO PARA ESTA VIAGEM É O VISCONDE DE SABUGOÇA, POR SER UM CIENTISTA
MUITO LOUCO E COM MUITA VONTADE DE APRENDER E QUANDO FICOU SABENDO PARA ONDE EU
IRIA VIAJAR, QUIS LOGO VIR JUNTO.
PASSEI PELA ESCOLA DE
VOCÊS E VI QUE ESTÃO CONSTRUINDO UM PASSAPORTE, ACHEI ESTA IDÉIA MUITO LEGAL,
POIS PARA PODERMOS VIAJAR PARA OUTRO PAÍS PRECISAMOS DELE PARA ENTRAR NO PAÍS.
QUANDO ESTES PASSAPORTES ESTIVEREM PRONTOS COLOQUEM ELES DENTRO DA MOCHILA QUE
LEVAREI-OS JUNTOS PARA CARIMBA-LOS. TAMBÉM ENCONTREI OS DESENHOS QUE FIZRAM
SOBRE QUAL TRANSPORTE QUE USEI PARA ME DESLOCAR PARA O ALASCA, POIS COMO O
ALASCA É MUITO LONGE DO SÍTIO DO PICA PAU AMARELO FUI ENTÃO DE NAVIO. TAMBÉM
ESTOU MANDANDO INFORMAÇÕES SOBRE OS MEIOS DE TRANSPORTES QUE EXISTEM E FOTOS
TAMBÉM.
A MAIOR NOVIDADE EU
AINDA NÃO CONTEI PARA VOCÊS, QUEREM SABER?
SABEM O QUE EU
ENCONTREI NO ALASCA E QUE TEM NO SÍTIO?
UMA CAVERNA QUE NEM A
CAVERNA DA CUCA, A ÚNICA DIFERENÇA ENTRE AS DUAS CAVERNAS É QUE A CAVERNA DA
CUCA É DE PEDRA E TERRA E A CAVERNA QUE ENCONTREI AQUI NO ALASCA É DE GELO. EU
E O VISCONDE QUEREMOS EXPLORAR ESTA CAVERNA, POIS ELA É MUITO LINDA E
ENCANTADORA.
TAMBÉM FIQUEI SABENDO
QUE VOCÊS ESTÃO TENDO ATIVIDADES DIFERENTES NA ESCOLA, POR CAUSA DO DIA DAS
CRIANÇAS. É VERDADE?
TAMBÉM FIQUEI SABENDO
QUE HOJE DE NOITE VOCÊS TERÃO A NOITE DO SONINHO, E POR ISSO EM ALGUM MOMENTO
DO DIA DE HOJE DEIXAREI UMA SURPRESA PARA VOCÊS. COMPREI ESTA SURPRESA AQUI
NUMA LOJA DO ALASCA. ACREDITO QUE IRÃO ADORAR ESTA SURPRESA.
Esta carta nos traz
uma aventura maravilhosa, pois iniciamos um estudo, pesquisamos sobre um lugar
tão distante de nós e ao mesmo tempo tão próximo. Falamos sobre o Alasca, buscamos
mostrar no Mapa Mundi e no Globo Terrestre onde se localiza, mas depois de
estudar tanto, ficamos com uma pulga atrás da orelha, como será que a Emília e
o Visconde chegaram até lá? As crianças sugeriram várias maneiras entre elas:
de navio, de avião, de submarino ou até com o pó de pirlimpimpim. Ficou bem
claro para as crianças que para viajar para um lugar, ou seja, outro país do
outro lado do oceano, só se pode viajar de avião ou navio, a Emília e o
Visconde foram de navio, então também estudamos os meios de transporte que
existem. Pode-se perceber a alegria das crianças na hora de desenhar o meio de
transporte, pois se preocuparam com todos os detalhes da viagem da Emília e do
Visconde.
No meio de tantas
aprendizagens, também aprendemos que para podermos viajar para outro país é
necessário que tenhamos um Passaporte, por isso, estudamos e pesquisamos como
se faz um Passaporte passo a passo.
Outro momento
especial do projeto foi a Festa a Fantasia, onde havíamos montado numa sala da
escola a caverna da cuca e o Sítio. Percebemos a importância deste evento, pois
nos dias que se antecedia a festa, tínhamos que fazer os preparativos para a
tal e uma delas era confeccionar o convite para entregar a todas as turmas da
escola, ficaram lindos, pois as crianças fizeram em grupos, a alegria era
muita, ficaram verdadeiras obras de arte.
No meio de tantas
aprendizagens e descobertas, as crianças receberam de presente de dia das
crianças,uma boneca Cuca, que a Emília e o Visconde compraram no Alasca, esta
boneca as crianças chamam de “Cuca Alascana”, ela veio junto com um diário. A
boneca Cuca começou a visitar as casas das crianças, e, foi a partir dalí que
percebemos que aquele receio que tinham da Cuca foi se desfazendo, para se
tornar um encantamento, e não só as crianças que se encantaram, também os pais,
que deixam claro no registro do diário que gostariam que ela ficasse mais tempo
nas suas casas, outro ponto muito importante é o cuidado que eles tem com a Cuca,
a Mochila (que também vai junto às casas das crianças) e o diário, pois sabem
que precisam cuidar para não estragar, porque elas vão na casas de outras
crianças também.
Também aprendemos a
nos comunicar por E-mail, recebendo e escrevendo cartas para a Emília,
percebemos que é muito importante trabalhar desta forma, pois, o real e o
imaginário se tornam um só.
Com a chegada do fim
do ano e uma data muito importante está para chegar a Emília não poderia deixar
de conhecer um lugar mágico e cheio de encantamentos: A fábrica de brinquedos
do Papai Noel e principalmente o próprio Papai Noel no Pólo Norte, sendo esta a
época mais esperada pelas crianças.
Estas foram as
aventuras que vivenciamos durante este ano com a Mochila Aventureira, muitos
momentos emocionantes passamos juntos, muitas coisas aprendemos, e como diz a
autora Kátia Stocco Smole:
“ENQUANTO A CRIANÇA
VIVE EM UM MEIO SOBRE O QUAL PODE AGIR, DISCUTIR, DECIDIR, REALIZAR E AVALIAR
COM SEU GRUPO, A CRIANÇA ADQUIRE CONDIÇÕES E VIVE SITUAÇÕES FAVORÁVEIS PARA A
APRENDIZAGEM”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário